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Por Egídio Serpa
Diretor executivo da Casa dos Ventos – maior desenvolvedora de projetos de geração de energias renováveis do país, fundada por seu pai, Mário Araripe – o jovem empresário Lucas Araripe disse à coluna que sua empresa, à qual se associou no ano passado a gigante francesa Total Energies, deverá iniciar em 2007 as obras de construção de sua planta industrial de produção de hidrogênio verde.
O empreendimento será instalado em uma área já reservada na geografia da Zona de Processamento para Exportação, a ZPE do Ceará, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, única em efetiva operação no Brasil.
De acordo com Lucas Araripe, o investimento inicial previsto para essa unidade será de US$ 5 bilhões (R$ 25,7 bilhões ao câmbio de ontem). O projeto já tem licença ambiental prévia, mas aguarda a regulamentação da atividade de produção do H2V no Brasil para avançar nas etapas seguintes.
Assim como o pai, considerado um gênio da inovação, Lucas Araripe, 38 anos, tem também uma mente brilhante que exibe fluência e amplo conhecimento acerca de tudo o que se trata de energias renováveis e de transição energética.
Na conversa com esta coluna, ele revelou que um time de especialistas da Casa dos Ventos viajará na próxima semana para a Ásia, incluindo a China, onde visitará indústrias que fabricam grandes eletrolisdadores – equipamentos que separam as moléculas da água e do oxigênio, produzindo o hidrogênio, que, para ser verde, tem de ser produzido com o uso de energias limpas – solar fotovoltaica, eólica onshore ou offshore, biomassa e hidráulica.
Lucas repetiu o que, na véspera, disse seu pai: o Ceará dispõe do que poucas áreas do mundo têm: sol em abundância e um dos maiores bancos de vento do planeta, além de um litoral de quase 600 quilômetros que pode abrigar, na sua borda de pouca profundidade, projetos de geração de energia eólica offshore.
Por enquanto – ele lembrou – o custo de produção do hidrogênio verde ainda é caro, mas sua tendência é de queda à medida em que a produção do H2V for ganhando escala.
Lucas Araripe não tem dúvida de que os dias dos combustíveis de origem fóssil estão contados. Trata-se de um esforço mundial cujo objetivo é um só: descarbonizar o planeta, e isto só será possível por meio das energias limpas, incluindo o hidrogênio verde, que será, em pouco tempo, o combustível do Século 21.
Os projetos e ideias que habitam a mente dos Araripe – pai e filho – desenham o Ceará e o Nordeste como os principais locais de grandes projetos de geração de energias renováveis e de produção do hidrogênio verde.
Na Europa, a Alemanha e a França no meio, já se sabe do potencial cearense nessa área, e tanto é verdade que a decisão da francesa Total Energies de se associar à Casa dos Ventos levou em conta essa potencialidade. A Total adquiriu por R$ 3 bilhões o equivalente a 30% do capital da empresa fundada por Mário Araripe.
Lucas Araripe revelou que, ao longo deste ano, o projeto da planta da Casa dos Ventos de produção do H2V no Complexo do Pecém está sendo aprimorado.
No próximo ano, quando deverá estar definida a regulamentação da atividade de produção do hidrogênio verde no Brasil, o projeto ganhará a decisão de investimento, iniciando-se as obras em 2027, com produção prevista em 2029.
FINOAGRO AINDA ANALISA NOVO PROJETO
Empresa do Grupo Vicunha, a Finoagro – que produz e exporta mangas e uvas produzidas em suas fazendas no Ceará (Quixeré e Beberibe), Rio Grande do Norte (Açu) e Pernambuco (Pegtrolina) – tem planos de investir em uma agroindústria num município do Vale do Jaguaribe. Esse investimento poderia chegar aos R$ 30 milhões.
Sobre o assunto, o empresário Ricardo Steinbruch, acionista e presidente do Conselho de Administração do Grupo Vicunha, disse à coluna que o projeto “ainda está sendo analisado”. O grupo estuda a viabilidade econômica do empreendimento.
A coluna pode informar que investimento semelhante na mesma região jaguaribana tentou fazer outra empresa do setor, que desistiu dele.
Fonte: Diário do Nordeste | Foto: Casa dos Ventos
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