ZPE do Maranhão: Perspectivas para 2024

ZPE do Maranhão: Perspectivas para 2024

Tempo de leitura: 4 minutos

Por José Reinaldo Tavares

Tenho sido perguntado quais as nossas perspectivas para o ano de 2024. E tenho respondido sempre a essa pergunta com a mesma resposta: acredito que o ano já iniciado será pródigo em boas notícias e em realizações, com grandes projetos estruturantes capazes de fazer a diferença na busca do desenvolvimento.

Nós vamos nos fixar naquilo em que fazemos diferença, ou seja, tornar realidade aquilo em que somos mandatários, nos impor pela qualidade e vantagens do que podemos oferecer ao mercado, em uma escala em que nenhum outro estado possa competir, sintetizado na formação de preços dos seus produtos e em um imenso poder de competitividade.

Com esse Norte, já estamos renovando a nossa luta pela Zona de Processamento de Exportação, a ZPE, que é importantíssima para projetos de produção de hidrogênio verde e amônia verde. E para a produção e exportação de produtos da neoindustrialização, com grande valor agregado. Para isso, estamos de olho em um projeto na Suécia, de uma empresa denominada H2 Green Steel, que pretende produzir 5 milhões de toneladas de aço verde, utilizando para isso fornos elétricos alimentados por hidrogênio verde, em substituição aos altos fornos que utilizam carvão mineral e que emitem grandes quantidades de dióxido de carbono, uma indústria “suja”.

Como temos minério de ferras da Vale, em São Luís, com a ZPE e com a melhor logística de transportes do Brasil, o que nos dá vantagem enorme em relação a qualquer outo local do Brasil, seremos absolutas em siderurgia limpa, que é parte importante da neoindústria, com produtos altamente valorizados no mercado.

Fomos informados que quem faz oposição fechada às ZPEs é a Federação de Indústrias de São Paulo, a FIESP, que implica com a possibilidade de as ZPEs poderem produzir produtos para a exportação e para o mercado interno. Para evitar discussões, cobertas de razão ou não, não nos interessa ficar perdendo tempo, nós poderemos abdicar dessa prerrogativa, não produzindo nada para o mercado interno, permanentemente, colocando a proibição no estatuto da ZPE, para que não se precise modificar a Lei, o que denota tempo.

Vantagens inigualáveis – Para o mercado interno, nos basta a ligação ferroviária de alta qualidade entre nossos portos e a Ferrovia Norte-Sul, nos ligando a todo o sistema ferroviário brasileiro, ou seja, a todos os estados brasileiros.

Para o mercado externo, temos os melhores portos do Brasil que podem receber os maiores navios do mundo, justamente aqueles que jogam para baixo os preços dos fretes e, consequentemente, os preços finais dos produtos transportados para qualquer país do mundo. Ninguém pode competir com essas condições, só nós temos.

Por isso 2024 nos traz tantas esperanças. Já que está previsto para este ano, no segundo semestre, o início das obras do Terminal Portuário de Alcantara e da ferrovia EF-317, que o ligará este porto à Ferrovia Norte-Sul, entre Imperatriz e Açailândia. Esse terminal portuário não tem paralelo no Brasil, pois, além de ter um canal de acesso que atenderá somente ao Terminal, é formado por 8 berços com profundidade de 25 metros cada um, caso raro no mundo, constituindo uma tremenda vantagem na formação do preço dos produtos exportados por ele. Assim, esse é um dos nossos maiores diferenciais em relação a qualquer outro estado brasileiro, em qualquer região do país.

Esse lançamento simultâneo, porto e ferrovia, será um grande acontecimento na agenda brasileira, pois será capaz de levar grandes benefícios a todo o Agro brasileiro, exatamente o setor que puxa o PIB para cima. E é um benefício permanente.

Como já falei antes, acredito que poderemos oferecer energia renovável, eólica ou solar, e mesmo híbrida, com a operação conjunta das duas citadas, com menor custo do mundo. Estamos próximos ao Equador, no caso da energia que vem do sol, assim como dispomos de ventos alísios constantes e sem rajadas. E, como temos água, e vamos trabalhar para controlarmos a vazão dos nossos rios, para evitar que essas águas possam correr livremente para o mar e, ao invés disso, acumulá-las para atender não só a produção de alimentos, como também a produção de energia limpa, produção de bens de toda a natureza. A água é um bem gigantesco, vital para a humanidade.

Se além disso tivermos petróleo na Bacia Barreirinhas, na Margem Equatorial, aí nem é preciso argumentar. É um salto enorme para o desenvolvimento.

Feliz Ano Novo para todos os leitores.

José Reinaldo Tavares é Secretário de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos do Governo do Estado do Maranhão

Fonte: Jornal Pequeno | Foto: Divulgação/Governo do Maranhão

Os comentários foram encerrados, mas trackbacks e pingbacks estão abertos.