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A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou um estudo abrangente sobre o comércio exterior brasileiro. Intitulado “Perfil das Firmas Exportadoras Brasileiras – Um Panorama”, o estudo tem como objetivo mapear os desafios enfrentados pelas empresas brasileiras que buscam atuar no mercado internacional, a fim de impulsionar a competitividade do país.
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O levantamento realizado pela Secex oferece uma radiografia detalhada das empresas exportadoras no Brasil, revelando sua localização, os principais mercados de destino e suas características distintas em comparação com as empresas não-exportadoras. Além disso, o estudo analisa a dinâmica de entrada e permanência dessas empresas no comércio internacional.
As informações apresentadas no estudo são de grande relevância para agentes públicos e privados envolvidos no desenvolvimento de políticas e estratégias de internacionalização das empresas brasileiras. Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC, destaca que o diagnóstico identifica os desafios a serem superados para aumentar o número de empresas exportadoras. A reforma tributária é apontada como uma medida fundamental para tornar a produção nacional mais competitiva e evitar a exportação de tributos.
Herlon Brandão, Diretor de Planejamento e Inteligência Comercial da Secex, ressalta a crescente demanda por informações sobre o comércio internacional por características de empresas. Ele destaca que o Brasil está entre os primeiros países a disponibilizar esses dados, o que mostra sua capacidade de produção de informações relevantes para o comércio exterior. A Secex também integra o grupo de especialistas das Nações Unidas responsável pela criação de um manual internacional com recomendações para a produção sistemática de dados comerciais por características de empresas.
O estudo revela que apenas 1% das empresas brasileiras realizam exportações, totalizando cerca de 25 mil empresas que já conquistaram seu espaço no mercado externo. Essas empresas são responsáveis por aproximadamente 15% dos empregos formais no país. A América Latina é o principal destino de negócios para a maioria (61%) das empresas exportadoras, destacando a importância da integração regional. Acordos comerciais na região contribuem para a redução de tarifas sobre produtos brasileiros.
O tamanho do mercado consumidor também se mostra um fator relevante na escolha do país de destino das exportações. Entre 2018 e 2020, houve um aumento de 24% no número de empresas exportando para a China, 21% para os EUA e 16% para a União Europeia. No entanto, o número de empresas exportando para o Mercosul teve um crescimento de apenas 2%.
O estudo destaca que as empresas exportadoras pagam salários mais altos, contratam mais funcionários e possuem uma proporção maior de trabalhadores com ensino superior em comparação com as empresas não-exportadoras. O prêmio salarial varia de 36% a 124%, dependendo do setor de atividade da empresa.
Em relação à continuidade das exportações, aproximadamente 65% das empresas que iniciam as vendas externas conseguem mantê-las após o primeiro ano. No entanto, a maioria das empresas exporta de forma esporádica, e os períodos de exportações contínuas têm uma duração média de 3 anos.
O estudo também revela que as empresas exportadoras estão concentradas em regiões específicas do Brasil, sendo que 54% delas estão localizadas nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. A região Sul e Sudeste apresenta um percentual quase 2,5 vezes maior de empresas exportadoras para o Mercosul em comparação com as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. As exportadoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste possuem uma média de 30% mais funcionários do que as estabelecidas no Sul e Sudeste.
A Secex destaca a importância de entender a dinâmica das empresas exportadoras para estimular a participação do Brasil no comércio exterior. A facilitação do comércio, o estímulo à cultura exportadora e a promoção comercial, especialmente para micro, pequenas e médias empresas, estão entre as prioridades da secretaria. Além disso, o governo federal trabalha na conclusão do Portal Único de Comércio Exterior até 2026, com o objetivo de aprimorar processos, integrar sistemas e reduzir burocracia, custos e prazos para os operadores de comércio exterior. A ampliação da base exportadora trará benefícios concretos para o desenvolvimento econômico do Brasil.
Foto: Pixabay
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