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O governo do estado do Ceará apresentou os estudos sobre o desenvolvimento e o uso de energias renováveis do Hub de Hidrogênio Verde (H2V) do Ceará, que será implantado no Complexo do Pecém. O encontro comandado pelo Governador Elmano de Freitas (PT), no Palácio da Abolição, teve a participação de secretários, representantes de universidades e do setor privado.
Os estudos foram desenvolvidos pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), a agência alemã de cooperação internacional, e o Banco Mundial, parceiros que integram o Grupo de Trabalho do Hidrogênio Verde do Ceará formado por representantes do Governo do Ceará; Universidade Federal do Ceará; Federação das Indústrias do Ceará (Fiec); e Complexo do Pecém; além de outras instituições.
Elmano de Freitas pontuou que os estudos serão fundamentais para compreender melhor os desafios e as oportunidades na descarbonização e uso das energias renováveis para promover a inclusão social. “Uma mudança de matriz energética é um processo que exige muito esforço para que aconteça. Estamos em uma fase de construção, conversando com os investidores e trabalhando para incluir os excluídos. Os investimentos em hidrogênio verde servirão para industrializar ainda mais o Ceará e o Nordeste brasileiro. Não queremos só produzir. Queremos também desenvolver a capacidade tecnológica para o nosso povo produzir. Precisamos ainda de regulamentação para fortalecer o diálogo do Brasil com o mundo. Temos muito trabalho a realizar para fazer história e mudar ainda mais a vida dos cearenses”, afirmou.
O estudo da GIZ compreende o impacto do H2V na indústria brasileira e avalia o potencial doméstico para fornecer os vários componentes da cadeia produtiva de H2V no Ceará. A conclusão é que aproximadamente 50% do valor dos equipamentos e insumos que compõem a planta de hidrogênio verde podem ser produzidos pela indústria nacional.
No Ceará, há oportunidades para as pequenas e médias empresas, especialmente nos setores em que já existem competências no estado: produtos de metalurgia, insumos químicos, materiais elétricos e serviços.
Sobre os desafios, o setor ainda necessita de regulação, incentivos e financiamento adequados, além de dificuldades como a melhoria da infraestrutura de transporte e logística para a distribuição.
O estudo propõe ainda uma Agenda de Competitividade e Estratégia Integrada com as ações de curto a longo prazo, compreendendo desde a difusão do conhecimento/oportunidades de H2V e a melhoria da infraestrutura do estado até um programa de estímulo ao consumo do H2V no Ceará e no Nordeste.
O presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueiredo, enfatizou que o Ceará ocupa uma posição diferenciada no movimento mundial de transição energética. “O Ceará é diferenciado não somente porque temos o Porto, a ZPE e a parceria com Roterdã. Nós temos condições de produzir com os recursos naturais encontrados em abundância no Ceará. Agora, não é só infraestrutura, investimento, é também capital humano. A educação do Ceará é destaque nacionalmente desde a educação básica até a educação superior, com. Tudo isso precisa de uma governança que crie um ambiente favorável. E essa governança tem nos levado a entregar estudos como os apresentados hoje. Isso nos diferencia de outros estados brasileiros e países”, disse.
O diferencial do Ceará, reforçou Hugo Figueiredo, pode ser traduzido nos 30 memorandos assinados com empresas interessadas na produção. Destes, três já avançaram a pré-contratos selados e têm área reservada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará: Fortescue, Casa dos Ventos e AES. A soma de investimento é estimada em US$ 8 bilhões.
📷: Divulgação/Carlos Gibaja
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