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Para discutir a implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no município de Barcarena, foi realizada reunião de trabalho, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), na sexta-feira (1º). O evento, conduzido em parceria com o Conselho Temático de Infraestrutura da Fiepa (Coinfra) e o Centro das Indústrias do Pará (CIP), contou uma palestra do economista Antônio de Pádua Rodrigues Filho, diretor de Estratégia e Relações Institucionais da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), responsável pela implantação e operação da ZPE de Barcarena.
De acordo com o atual projeto, a ZPE deverá ser instalada no Complexo Industrial e Portuário de Vila do Conde, a cerca de 100 km da capital, Belém. Em sua palestra, Pádua Rodrigues abordou aspectos históricos e outras informações atualizadas sobre o projeto do Pará e a contextualização sobre modelos econômicos semelhantes em outros países.
“Existem muitas informações desencontradas a respeito da criação das ZPEs no nosso Estado, então nosso objetivo com estes encontros que estamos realizando, seja aqui na FIEPA ou em outras entidades, é para tentar debater o tema e trazer maior conhecimento para contribuir de forma mais direcionada para o avanço deste projeto aqui no nosso Estado”, afirmou Pádua Rodrigues.
De acordo com o economista, com a intenção de retomar o projeto de criação da ZPE, o Governo do Estado constituiu uma comissão e apresentou ao Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), órgão ligado ao Ministério da Economia, o plano de negócios, assim como o projeto básico atualizado, além dos termos de referência para licitação e dotação orçamentária para a contratação de serviços para o início das obras. “Com a pandemia em 2020 solicitamos uma prorrogação, mas o pedido foi indeferido pelo CZPE e até agora o Conselho não deu retorno sobre essa negociação”, relata Pádua.
Segundo o gestor da Codec, a cidade de Barcarena possui todos os requisitos favoráveis à implantação de uma zona de processamento de exportação. “Barcarena tem uma incontestável vocação econômica para a exportação, com fácil acesso a matérias-primas e insumos sujeitos à verticalização da produção”, explica.
Além disso, destacou em sua apresentação, a infraestrutura multimodal de transporte integrados (rodoviário, fluvial e marítimo), além de outros projetos de logística e transporte em estudo no Estado, que facilitariam o escoamento da produção.
Outros pontos favoráveis à implantação da ZPE no município são a oferta de produtos e serviços auxiliares pelas empresas já instaladas ou próximas do distrito industrial; a logística portuária marítima preparada para operações de grande porte e a mão de obra qualificada ou passível de formação e qualificação.
A ZPE de Barcarena contempla empreendimentos do segmento de minerais metálicos e não metálicos, metalúrgica, mecânica; grãos e proteína animal, vestuário, calçados e artefatos de couro; biodiversidade, perfumaria, cosméticos e embalagens; alimentos e bebidas; transporte, eletrônicos, comunicações e produtos tecnológicos; madeira, mobiliário, papel e celulose.
Para o vice-presidente da Fiepa, José Maria Mendonça, a ZPE Barcarena é estratégica para o desenvolvimento da economia do Estado e precisa sair do papel para minimizar o paradoxo existente no Pará, de um Estado rico que abriga uma sociedade pobre.
“Se faz cada vez mais urgente que os nossos políticos deem atenção para essa questão da zona de processamento de exportação para aproveitar nossas potencialidades econômicas. Mas vou mais além, lembrando que a ZPE não é uma iniciativa isolada, porque para ela funcionar precisamos que outros projetos também sejam executados como a Ferrogrão, o Pedral do Lourenço, entre tantas outras iniciativas extremamente relevantes para o escoamento da nossa produção e que estão paradas emperrado o desenvolvimento econômico e social do nosso Estado”, afirmou Mendonça.
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