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Depois de quase oito anos desativado, o Porto Fluvial de Cáceres deve voltar a operar no primeiro semestre de 2020. A promessa é do governador Mauro Mendes (DEM). O porto funcionou até o ano de 2012, quando o contrato de licitação chegou ao fim. A retomada das atividades proporcionará ganhos econômicos para a região Oeste. Além do porto, Cáceres também aguarda a conclusão dos estudos para o funcionamento da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) e a regulamentação do Free Shop.
“Fechamos um planejamento de trabalho com a associação dos produtores e, no máximo em seis meses, queremos o porto de Cáceres funcionando. Temos um compromisso formado e vamos cobrar muito. Eu tenho plena convicção de que em 2020 estará funcionando a navegação no rio Paraguai”, declarou Mendes em vídeo divulgado nas redes sociais, ao lado do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat), Adriano Silva.
Em setembro, o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) chegou a conceder a administração do porto ao município de Cáceres, mas o termo foi revogado por Mendes.
A associação formada por produtores rurais da região Oeste, Associação Pró-Hidrovia (APH), tem um termo de cooperação junto com o governo do Estado há pelo menos três anos. A parceria foi renovada pela gestão atual para que o grupo conclua a reforma do local.
A reativação do porto é esperada com ansiedade pelo prefeito de Cáceres, Francis Maris (PSDB). O gestor, que tentava a cessão do porto para o município, ressalta a importância da navegação na região.
“Eu, na condição de prefeito, torço para que dê certo o planejamento, porque o porto traz benefício para todo o estado de Mato Grosso. Para se ter uma ideia, para uma tonelada de soja transportada pelo rio Paraguai há uma economia de 100 dólares, segundo estudo feito pelo Imea [Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária]. Isso vai agregar mais renda para os produtores. Além disso, será possível fazer a importação de produtos utilizados na agricultura, como a ureia e o potássio, a um custo mais baixo”, detalhou o prefeito.
Se o planejamento entre o governo e associação de produtores for seguido à risca, o Porto Fluvial de Cáceres deve ser reativado em junho de 2020. Com isso, a navegação no trecho da hidrovia Paraguai-Paraná, entre Cáceres e Puerto Quijarro, na Bolívia, deixará de ser o único trecho fora de funcionamento depois de oito anos paralisado. Ao todo, a hidrovia possui 3.442 km de extensão, sendo 890 km dentro do Brasil.
O Porto Fluvial de Cáceres e a Hidrovia Paraguai-Paraná são considerados essenciais para o escoamento dos produtos que serão fabricados na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres. A abertura de uma ZPE na região só terá sentido com o funcionamento do porto.
O projeto de criação da ZPE em Cáceres se arrasta desde a década de 90, quando foi lançado. Atualmente, o projeto é alvo de estudos. Três entidades avaliam a viabilidade da instalação de uma ZPE na região. Um deles já foi concluído.
“O Sebrae já terminou o estudo, estamos esperando a conclusão dos trabalhos da Fiemt e da Unemat para poder unificar todos e apresentar para o governo do Estado”, explica Francis Maris, prefeito de Cáceres. De acordo com o chefe do Executivo municipal, esse trabalho mostrará quais são os investidores em potencial, quais os que podem ser captados a partir da vocação econômica dos municípios do entorno e ainda o que é necessário para atraí-los.
Até o momento nem a área administrativa da ZPE foi concluída. Estima-se que serão gastos mais de R$ 60 milhões somente na estrutura física, que abrange fornecimento de água, eletricidade, estrutura aduaneira, captação e tratamento de esgoto, além de outros serviços.
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