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Em busca de atrair novas empresas para Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará) em São Gonçalo do Amarante, o Governo do Estado realiza visita à Ásia no próximo mês. Entre as conversas a serem iniciadas, está a tratativa de instalação de uma montadora de veículos na ZPE.
“Temos uma siderúrgica e olhamos para outras indústrias. O projeto da montadora é algo em fase inicial. A Ásia é um grande mercado e o Ceará está em busca de uma linha de montagem para que possamos fazer a exportação via ZPE”, disse César Ribeiro, titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado.
Ele viaja na segunda semana de setembro com uma comitiva do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços para o continente asiático. No entanto, deve tocar uma agenda paralela à ministerial. Nesse sentido, está marcada uma visita ao Japão. “Essa agenda ocorre de maneira paralela. Vamos falar da ZPE e agradecer de maneira recíproca à visita da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil ao Ceará”, explica.
Questionado sobre a nacionalidade da empresa que irá fabricar os veículos, ou os modelos que podem entrar em linha de produção (automóveis, comerciais leves ou ônibus), o titular da SDE destaca não haver definição. “Não temos (a nacionalidade), estamos começando a fazer essa imersão (conhecer as empresas). Essa qualificação (modelo de produção) acontece durante a negociação. Claro que o mercado externo demanda a linha leve. Visitei uma fábrica da Renault recente no Marrocos que está inserida dentro de uma ZPE e que exporta para a Europa”, afirmou.
A ideia é que, a partir do Ceará, a companhia expanda suas operações para o mercado da América Latina. O interesse pela montadora é mais um pleiteado pelo Estado. Isso porque, dentro das perspectivas de negócio, há espaço para buscar parcerias no segmento da Indústria 4.0. Entram na mira as companhias fabricantes de hardwares, desenvolvedoras de nanotecnologia.
O desejo cearense por uma montadora é antigo. Em 2015, negociava-se com a Multirede Solar Brasil uma unidade fabril para a produção do Nanico Car. O investimento global era da ordem de R$ 16 milhões – dividido em três etapas. Estimava-se, à época, a produção de um carro até R$ 20 mil. O número de unidades fabricadas ao mês iria variar entre 500 a 1.000 veículos.
Como o negócio brasileiro não decolou, em 2016 o Governo do Estado manteve diálogo com a montadora chinesa Zotye Motors. Esta previa investir R$ 200 milhões em uma indústria com capacidade projetada para 20 mil unidades ao ano. Em um primeiro momento, a fábrica responderia pela montagem dos veículos importados para o Ceará, sem a necessidade de peças nacionais – formado CKD (Completely Knock-Down).
Na primeira etapa (apenas montagem dos veículos), entre 500 e 600 empregos diretos seriam gerados. A produção ocorreria no primeiro semestre de 2017. Na etapa mais avançada (linha de produção), o número de funcionários saltaria para até 2.500. Os automóveis seriam produzidos no primeiro semestre de 2018. Sem uma definição concreta, o negócio também não engrenou. A chinesa Souest também foi visitada pelo Governo. Em novembro de 2016, o governador Camilo Santana (PT) esteve em Fujian, sede da montadora. As tratativas não avançaram.
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